Diário de Dublin
Aeroporto Sá Carneiro:
10H30. A comitiva começa a chegar. O Miguel e a Susana, o João Cavaleiro, eu, o Alcino, o Henrique e a Anabela. Somos os primeiros… Entretanto faltam o Sérgio e a Sandra, o Zé “Mourrrinho” e a Susaninha. O Henrique usa o telemóvel… da empresa!!! Diz que o Sérgio já se encontra no Aeroporto.
Pouco depois, já todos reunidos, vamos fazer o Check-in… Balcão da Ryanair… O Sérgio confirma as reservas… e pouco depois faz a distribuição dos bilhetes.
Como ainda falta algum tempo para o embarque, vamos ao bar…
Voo: Going Out From Porto to Dublin
Saturday 17 Mar 07 Porto 12h30 Dublin 15h10
- “Esperem!!?? Não saiam da posição… tenho mais 2 máquinas” - diz a Sandra. Alguns mudam de lugar pró “boneco” não ficar sempre da mesma maneira.
Entramos no avião e como não há lugares marcados, o Sérgio reserva lugares para ficarmos todos juntos.
Os motores começam a “roncar”… os cintos apertados, a loirinha hospedeira dá uma última explicação para que tudo esteja no sítio… e eis-nos nos céus a caminho de Dublin.
São 2 horas de voo e o Comandante num inglês pouco percebível (muito baixo) anuncia que estamos prestes a aterrar, com 20 minutos de avanço relativamente à hora prevista.
Estamos em Dublin!
No avião deu para rever a matéria e já sabemos que:
Dublin (em inglês Dublin, em irlandês Baile Átha Cliath) é a capital e maior cidade da Republica da Irlanda.
Tem cerca de 600 mil habitantes no centro da cidade e 1.700.000 habitantes no total. Foi fundada pelos dinamarqueses que a dominaram até 1170.
O nome Dublin é geralmente atribuído como derivação do gaélico Duibhlinn (literalmente piscina negra), todavia existe alguma controvérsia sobre isto, e no gaélico mais moderno também é conhecida como A cidade da piscina natural da cerca de juncos.
Após este “momento” de cultura geral… continuo o nosso diário.
Depois de recolhermos as “bagages”… procuramos táxis para nos levarem ao Best Western Sheldon Park Hotel.
A primeira impressão é muito boa… hotel com “charme”. A recepcionista recebe-nos com um sorriso e confirmamos os quartos, ou seja 4 duplos e um triplo.
Entretanto entram no hotel duas “inglesas” de toalhas enroladas ao corpo… vinham da piscina!!! Dizem ao Henrique (sempre atento!!!) que já tínhamos perdido a “parada”. Aliás, nesse dia, no hotel e a caminho do centro, pelo menos quatro vezes nos disseram, após constatarem que estávamos a chegar, que “tínhamos perdido a parada”, pelo que dá uma noção do que deve ter sido, sobretudo se tivermos em conta o estado em que a maioria estava. Via-se que já vinham bem bebidos… e bebidas…
A coisa promete!!!
Um de seus filhos mais célebres, o escritor James Joyce, reduziu Dublin a três letras “D” – Dear, Dirty Dublin – e assim a deixou imortalizada nas páginas de Ulisses.
Dublin tem dois verões. Um é o que vivem os dublinenses, o outro é o verão real, que tem muito de Outono: chove, o sol mostra-se com alguma timidez (para nós foi durante os 3 dias) e à noite é preciso vestir um agasalho.
O encontro, combinado desde Portugal com a Aedin, é às 18 horas no Bar do Russel Court Hotel.
A cerca de 200 metros do hotel apanhamos o “Luas”, dito metro de superfície, o qual nos irá levar até ao centro de Dublin…
O Henrique é o nosso guia turístico, e de mapa na mão aí vamos nós a caminho do centro de Dublin… verificamos que o trajecto do Luas é feito ao longo do Rio Liffey.
Já no centro, começamos por fazer muita confusão ao atravessar as passadeiras. Mas aos poucos lá nos habituamos ao trânsito “ao contrário”!!!
O Miguel, sempre o Miguel, a avisar:
- Olhem para um lado e levam a pancada do outro!!!
Entretanto as máquinas fotográficas estão a postos para o momento mais esperado: O aparecimento do Filipe. Dispomo-nos estrategicamente em frente a uma porta por onde o Filipe tem obrigatoriamente de entrar.
Escusado será dizer que depois foi recordar, beber umas guinness… e conviver por algumas horas.
O Filipe confessa-nos que estranhou muito o facto da Aedin querer sair no dia de St Patrick já que estava muito cansado. Mas agora entende tudo!
Mais estranhou o facto de a mãe lhe ter enviado um cartão com €100 para o trabalho dele, para que ele “levasse a Aedin a jantar” nesse dia. O Filipe não gostou muito da ideia, mas na altura estava longe de saber o que o esperava...
Depois das “guinness”, comemos umas “pizzas”…
O frio e a chuva não nos incomodam… O Alce vai à casa de banho, de cigarro em riste, mas é apanhado a tempo pelo Filipe: Na Irlanda não se pode fumar em recintos fechados. A multa é pesada.
Entretanto o Filipe ainda não parou de tremer e confessa que foi a melhor surpresa de toda a sua vida!
A noite cai. O Filipe regressa a casa, que fica a cerca de 25Km do centro da cidade, na parte mais a Sul do Condado de Dublin e marcamos encontro para o dia seguinte.
“- Sir? Are you a countenance personality? yes? Can we shake your hand? and an autograph?...”
Sou pessoa importante, segundo a sua versão. O João Cavaleiro tenta explicar que sou mesmo importante (?), mas que devem estar a confundir-me que algum Czar!... O meu chapéu “russo” já tinha feito “furor” dentro do Pub onde outro irlandês me confundiu com algum Nobel ou coisa parecida!
Saímos e constatamos que os Pub´s estão sempre cheios… a partir das 4 da tarde…
Mais um pouco de cultura geral:
O típico pub irlandês tem música ao vivo. Normalmente tem o nome do actual ou antigo proprietário. Dão prioridade a bebidas e comidas da Irlanda.
A “guinness” é rainha por estas bandas e saborear uma das autênticas é um ritual que depende e muito da perícia de quem a tira, e do ambiente e da atmosfera que nos envolve.
O céu de Dublin muda tão depressa que no espaço de uma hora é suficiente para se ter uma ideia da restrita variedade climática da região: se às 10 da manhã faz um sol espectacular, dez minutos depois pode desabar uma chuva gélida e mesmo alguns “farrapos” de neve e vento cortante.
Dia 18 Março
Saímos do hotel cerca das 11H30 depois de um pequeno-almoço à Irlandesa… ou seja… fizemos um “breakfast” de ovos mexidos, bacon, salsicha, feijão, pasteis de carne, croissants, flocos de aveia, iogurtes, leite, chá, café, sumos, etc. Enfim… bem alimentados para mais uma jornada de “Luas” até ao centro de Dublin.
Na recepção do hotel reunimos a trupe. Está lá fora um frio de rachar… mas mesmo assim o Alce não dispensa o seu cigarrito! O vício é mais forte!!!
Às 12h encontramo-nos com o Filipe na porta da loja de souvenirs Carroll’s, e esperamos enquanto a maioria comprava umas lembranças. (A bem dizer, fomos comprar uns barretes para cobrir as orelhas do frio gelado…)
Já com as cabeças mais quentinhas, partimos para uma visita guiada pelo centro da cidade, começando pelo Temple Bar, paragem pelo Clarence Hotel, o famoso hotel da banda U2;
Desculpem aqui tenho de recorrer a uma cábula que diz que:
Os U2 são uma banda
Claro que há fotos da praxe na entrada do hotel e fazemos mesmo uma incursão pela recepção dentro.
Continuando o nosso percurso, passamos pela Câmara Municipal, Dublin Castle, uma passagem muito rápida pelo único Pub gay da cidade, e finalmente visita ao mercado das Arcadas para matar o tempo e ir à casa de banho no Centro Comercial St. Stephens Green antes do almoço. O “banquete” tem lugar no Market Bar, uma antiga fábrica de sapatos e termina com um típico Irish Coffee. Muito bom!
Depois do almoço, e para digerir, passeio a pé pelo Campus Universitário do Trinity College, com saída pelo lado da Merrion Square, local associado a Oscar Wilde, e a arquitectura Georgiana. Seguimos junto ao Museu Nacional de Arte, passamos pelo Parlamento e Edifícios Governamentais, e daí fomos para o magnífico Café en Seine, onde saboreamos o famoso hot-whisky e umas quantas cervejas... ditas guinness!
Saímos e como estava um frio do caraças, aliado a algum cansaço, metade do pessoal foi para o hotel, ficando para a noite o Sérgio, o João Cavaleiro, o Alcino e o Zé “Mourrinho” que decidem ir até uma disco!!!
Os pormenores da noite, ficam para serem relatados pelos 4 protagonistas… Mas 1 hora e meia para apanhar taxi!… é obra…
O fotógrafo Alce também tem algo a contar… Essa de virar a máquina para ele, quando duas irlandesas já bem “entradas”, ou seja bem bebidas, lhe pediram para lhes tirar uma foto! Só podia ser o Alce!!! E por falar em Alce, como é possível que os copos da “guinness” nas mãos deste artista, bem quase vazios, estavam sempre a deixar cair o precioso líquido???
Dia 19 de Março
Depois do ritual matinal no hotel, ou seja, um pequeno-almoço substancial, saímos e novamente no Luas dirigimo-nos até à Estação de Comboios de Dublin e apanhamos um comboio para Dalkey (Vila onde mora Bono Vox).
Tínhamos encontro marcado com o Filipe e família. Esperamos o Filipe enquanto bebíamos um capuccino…
Almoçamos já com o Filipe, mulher e o filho Feilim, no Queens Bar. Bom almoço. Depois vamos passear pela Vila. O puto não tem frio nenhum. E se está frio!!!
Já no final de tarde regressamos a Dublin. A despedida do Filipe na Estação de Comboios causa muita emoção. O e-mail do Filipe entretanto recebido, escrito ainda quando nos encontrávamos na Irlanda confirma que as despedidas dos amigos, e que AMIGOS, é sempre dolorosa!
Novamente em Dublin, preparamo-nos para as ultimas compras, ditas “recuerdos”. O passeio é feito pela zona do Temple Bar. Alguns ficam para mais compras, outros decidem ir já para o hotel dormir, mas acabamos no bar ao lado do hotel a beber umas half-paints de Guinness...
O Miguel tinha de sair com uma das dele:
- A “gaja” já viu que somos uns pelintras e tesos!!!???
Quando pedimos as bebidas, só eu e a Sandra é que optamos por beber água. Aqui a jovem propôs que bebêssemos um tipo de água, até porque era baratinha!
O Alce sai-se com mais uma:
“- go with the bald one”, leia-se vai com o c...lho!
E ficou provado que o Miguel tinha razão!!! Tesos…mas felizes!!!
A noite acabou para alguns com uns cafezinhos no Bar e alguns digestivos, enquanto os outros optaram por ir até aos quartos arrumar as bagagens, pois no dia seguinte tínhamos de sair bem cedo dos quartos.
Dia 20 de Março
9h00 - último "breakfast", mais leve, e check-out do hotel, com as malas a ficarem na recepção.
O Filipe entretanto telefona e as saudades já começam…
Depois de pedirmos à recepcionista (bem simpática) para que as malas ficassem no hall do hotel, e como tinha um botão solto, do meu famoso “chapéu” comprado em NY, decido pedir à dita jovem, se tinha uma agulha para o coser. Confesso que o meu inglês não é o melhor… Daí o espanto da jovem, quando lhe digo “ botão” (já que não me lembrava com se dizia em inglês).
- Please! A needle and line to sew this botão!!!?
- What !??
Confesso que saiu espontaneamente:
- Boo… tãão!!!!!!!
Não desmaiou… mas sentou-se!
Depois deste momento hilariante, apanhamos o Luas e vamos até ao centro da cidade.
Entretanto o Filipe faz um 2º telefonema, com saudades.
Visitamos à parte Norte de Dublin, zona Viking, e zonas históricas...
3º telefonema do Filipe com bastantes saudades.
Às 13h00, decidimos fazer o último almoço num Burger qualquer coisa (aspecto e cheiros melhores que no McDonald’s, dito “porqueira” citando o Zé “Mourrinho”). Felizmente a ultima refeição deste tipo!!!
4º telefonema do Filipe com muuuitas saudades.
Regressamos ao hotel pois tínhamos de apanhar táxis para o Aeroporto às 14horas
5º telefonema do Filipe e a esta hora já estava a escrever aquele magnifico mail de despedida...
14h00 taxis para o aeroporto. O Zé “Mourrinho” é o nosso intérprete e vai numa alegre cavaqueira com o motorista:
"-He is one transit of camandro?", diz o Zé, que é como quem diz: Está um trânsito do camandro!!! O motorista arregala os olhos!!!???
- Yes…yes…yes… de polegar em riste. A mímica e a linguagem gestual são ” universais!!!
6º telefonema do Filipe.
17h00 – Já no aeroporto últimos “recuerdos”. Apanhamos o avião. 2 horas de viagem e eis-nos no Sá-Carneiro. Ultima foto da praxe e despedidas…
Até um dia destes…
Fica para a história a chamada “Operação Dublin”!!!
E especialmente para o Filipe Fiel, a nossa façanha (como tu dizes no e-mail) deu-nos um imenso prazer e realmente somos felizes pelo grupo que se formou já lá vão uns 15 anos no ISEC, em COIMBRA (cidade única no Mundo!), e que se uniu desta forma.
Uma nota final para os ausentes, por motivos justificados. Eles também nos “acompanharam” nesta inesquecível “odisseia”.
Como diz o velho ditado: “ Haverá sempre mais marés que marinheiros”!!!
Citando Fernando Pessoa eu diria que…
Diria mais… enlouqueceria se morressem todos os meus amigos, especialmente estes!!!!
O Timoneiro
1 Comments:
Boa escolha!
Enviar um comentário
<< Home